segunda-feira, 5 de março de 2012

Wilgner Murillo - Dona Teresina e sua vizinhança

Nascido em 1993 na cidade de Barra, na Bahia. Sempre foi um garoto sonhador, mas que não gostava muito de ler, gostava mesmo era de desenhar e de perambular pela casa de amigos e primos. Contudo, uma escoliose lombar lhe tirou a liberdade para passear por dois longos anos. E como nada é por acaso, encontrou refúgio no mundo da literatura, e suas criações e invenções imaginárias começaram a ganhar vida em folhas de papel. É autor de “Dona Teresina e sua Vizinhança — O exagero agora tem nome”, blogueiro no “Blog do Escritor”, tem 18 anos, universitário, extrovertido, criativo e crítico. Fissurado em livros, filmes, anime, chocolate, facebook e twitter. E como costuma dizer p/ o passarinho azul (risos): sou contista, romancista, ficcionista, futurista, roteirista...

Quando começou a escrever?

Desde muito cedo, lembro-me que por volta dos 10 anos de idade já escrevia pequenos roteiros de peças de teatro e entre outras coisas, na época, ironicamente, escrevia sem nem mesmo saber o que era ser um escritor (risos). 

Como é seu processo criativo?

Tenho como plano de fundo em minha vida o fato que sempre gostei de contar histórias, e por ter a imaginação muito fértil acabo tendo facilidade em criar tudo entre o possível e o impossível. Estou caminhando pela rua, viajando, ou até mesmo dentro de casa, e a ideia de uma obra me surgi na cabeça. A elaboração do enredo é no mesmo instante, questiono-me — 1º Onde e o que vai acontecer na obra? 2º Quem serão os personagens? 3º Qual será o final? — quando responder essas perguntas, eu já tenho o que as pessoas chamam de rascunho da obra dentro da minha cabeça. E depois disso, eu vou escrevê-la.

Como foi a experiência de ter lançando um livro de forma independente?

Ganhei experiência para toda a vida. Lançar um livro de forma independente é uma verdadeira batalha! Divulgação daqui, vender os livros por ali, palestras lá, etc. Ganhei a experiência de saber que a vida é cheia de obstáculos e você terá que ultrapassá-los... Aprendi com os erros, e segui em frente respaldado em críticas e elogios.

Como surgiu a idéia para escrever “Dona Teresina e sua Vizinhança”?

Acredito que foi logo depois de um trabalho no colégio, onde eu tive que escrever um texto narrativo que, diga-se de passagem, ficara muito bom. Acho que foi nesse momento que a história começou a surgir. Alguns amigos que leram o texto disseram: “Nossa, você deveria escrever um livro!” Então, mãos a obra. Escrevi a história de Dona Teresina em um mês. E a grande pergunta da história, que todos me fazem quando adquirem o livro é: "quem é ela (Dona Teresina)?" ... Enfim, a indagação sempre é respondida com a leitura do livro. Confesso que por si tratar de um livro sobre vizinhança tive que me inspirar na minha própria vizinhança e no comportamento de determinados vizinhos em outras vizinhanças pela minha cidade natal. A obra possibilita que o leitor encontre semelhanças entre os personagens e seus próprios vizinhos. "Dona Teresina e sua Vizinhança" é uma história totalmente diferente de outras já lidas ou folheadas. Muitos podem até insinuar que o enredo descrito nessas páginas é fictício antes mesmo de chegar à última página, contudo, nunca é bom tomar atitudes precipitadas, pois em todo lugar existe uma "Dona Teresina". Ela pode ser sua vizinha e você nem imagina.

Quais foram as dificuldades encontradas na procura por uma editora?

São poucas as editoras que publicam novos talentos da literatura nacional, visto que o mercado editorial é um bicho-de-sete-cabeças — nem toda a editora vai se arriscar a financiar uma publicação de um autor que não tenha nome no mercado e que vá dar prejuízo a editora com a baixa venda de livros. Ser escritor é uma jornada difícil, principalmente num país onde faltam leitores e falta valorização para com o seu trabalho. Bem, mas há editoras novas no país, editoras com um novo sistema editorial, que estão dando oportunidades aos novos talentos nacionais, sistema este que está revolucionando o mercado editorial. Acredito que o importante na busca por uma editora é não acomodar-se, pois sempre haverá alguém que dirá um “não”, mas o importante é que o “não” será o motivo mais que suficiente para o escritor buscar um “sim”. 

Quais são suas influências para escrever?

Sou muito ligado há alguns escritores, pelo fato de que foram os seus livros que me fizeram ser o que eu sou atualmente (Sidney Sheldon, Pedro Bandeira, Dan Brown, J. K. Rownling, Agatha Christie e Harlan Coben), então, guiado por estes autores, consigo percorrer muitos gêneros e sempre entrego ao leitor o que ele gosta de ler: uma boa história. Não gosto de escrever algo e a pessoa não entender o que eu estava tentando dizer com aquilo, gosto de facilitar com o leitor (risos). Contudo, tenho que dizer, às vezes o leitor peca ao se deixar levar pela boa narrativa e acaba não percebendo coisas obvias no enredo. Em “Apartamento nº 23”, por exemplo, está cheio de detalhes que muitos deixam passar, se o leitor observar com atenção vai perceber que pela narrativa o número 23 sempre aparece — seja ao contrário, na soma de datas, etc.

Quais foram as suas dificuldades para escrever seu primeiro livro?

Não passei por dificuldades, até porque escrever meu primeiro livro (e todos os outros) foi uma emocionante jornada! Sempre escrevi por prazer e continuarei escrevendo enquanto o talento para contar histórias estiver pulsando no meu âmago. 

Como está sendo a experiência de ter um livro publicado? 

É uma alegria muito grande ver um trabalho finalmente publicado e o mesmo sendo reconhecido e aplaudido pelo esforço e beleza. Um livro publicado é uma experiência nova e maravilhosa, pois a cada dia sempre surgem novos horizontes, motivando-me a continuar a escrever e contar histórias. 

Como foi a reação de sua família e amigos ao saber que você está lançando um livro?

Foi uma surpresa para todos, principalmente para a família, visto que, eu sou o primeiro e único (até o momento) escritor na família. 

Quais são suas pretensões para o futuro? Já há planos para outros livros?

Como dizem os mais velhos: “Quero ganhar o mundo!” Almejo a minha independência — financeiramente e socialmente — desde que me entendo por gente e pretendo fazer isso quando terminar a universidade. Quanto aos planos para outros livros... Claro que sim, estou com ótimas ideias para o ano de 2012 e p/ os anos seguintes... se o mundo não acabar né (risos). Tenho alguns projetos em andamento, muita coisa escrita, às vezes disponibilizo no blog “Contos do Autor” algumas delas, principalmente o conto/novela “Apartamento nº 23”. Depois de publicar o meu 1º livro [Dona Teresina e sua Vizinhança — O exagero agora tem nome] pela Editora Multifoco, escrito numa linguagem simples e de bom humor contando a vida e as peripécias de uma louca mulher que não leva desaforo pra casa, resolvi cair na linha “best-seller” da literatura e escrevi meu primeiro romance [JUVENTUDE ENGARRAFADA], e espero que seja publicado ainda este ano. Então é só aguardar.

Deixe um recado para outros jovens que estão escrevendo ou pensam em escrever um livro.

O que tenho a dizer é o seguinte, se você quer ser escritor, não enfraqueça perante os obstáculos, e digo por experiência própria que serão muitos. Acredite sempre em você e no seu talento. Mandou seu original para uma editora e ela disse “não”? Mande pra outra, outra e outra, até conseguir um “sim”. Um escritor é concebido por ideias, persistência, carisma e disciplina.

Considerações finais.

Opa... e a entrevista chegou ao fim, bem, o que é bom sempre dura pouco né (risos). Agradeço ao blog “Revista Ouro” na pessoa do Valber Assis pelo espaço cedido, pelo apoio e pelas ótimas indagações nesta entrevista, e quero pedir aos blogueiros, internautas e a todos os participantes de redes sociais que valorizem sempre a literatura nacional. Pois, escritor não vive sem leitor e vice-versa. 

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