segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ahtange - Marcas Indeléveis


Eu sou uma romântica incorrigível. Acredito no amor a primeira vista, no amor único e eterno. Amo esse mundo encantado dos livros. E sonho em ver todos os meus livros publicados. E gostaria muito que “MARCAS INDELÉVEIS” virasse uma série ou um desses especiais, sobre mulheres, “tipo as brasileiras”.

Vivo com minha família, gosto muito da tranquilidade da zona rural, amo o quintal da minha casa, minhas plantas, música romântica e as minhas viagens nos fins de semana me realizam profissionalmente. Cada abraço que recebo no fim do dia é um prêmio. Nunca vou esquecer muitos dos meus alunos que viraram meus amigos.

Como foi seu primeiro contato com livros?

Eu encontrei em uma calçada um livro rasgado, velho, sujo e sem capa, intitulado “Agora estou sozinha” da coleção Vagalume. Eu tinha uns 10 anos, eu acho. Li e não parei mais.

Quando surgiu seu interesse em escrever um livro?

Ainda no ensino médio, nas aulas de literatura, eu amava fazer redações. Fazia a minha e a das colegas do grupo, e sempre agradava a professora. Desde então acalentava no peito o desejo, mas era segredo inconfessável. Eu mesma achava impossível...

Como é o seu processo criativo?

Eu sou muito romântica, mas realista também; observadora, e pauto muito meus escritos na vida como ela é. Sentimentos que nos acorrentam nas mais variadas situações da vida. Eu me imagino vivendo e sentindo a situação, me coloco no lugar e no mundo da personagem. Tenho sempre a mão papel e caneta.

Como surgiu a ideia para escrever “Marcas Indeléveis”?

Foi em 2008, apartir de uma situação na escola na qual eu trabalhava. O comportamento de uma criança chamou minha atenção para essa questão da estrutura familiar, então surgiram os primeiros rabiscos.

Quais são suas influências para escrever?

A principal é Camilo Castelo Branco. Gosto da forma como ele faz o personagem ir de um extremo ao outro, no caso Domingos Botelho, em “Amor de Perdição”, o amor impossível me toca, estimula. Sidney Sheldon na forma ousada de descrever cenas de sexo forte e como ele descreve a miséria humana sem hipocrisia ou um mundinho perfeito.

Com o realismo, aprendi que o ser humano está condicionado às suas características biológicas (hereditariedade) e ao meio social em que vive; e tenho lutado por esta causa. Gosto dos temas abordados nas obras literárias naturalistas: desejos humanos, instintos, loucura, violência, traição, miséria, exploração social, etc

Aluísio de Azevedo é uma grande paixão. “O Cortiço” é excepcional, Clarice ah!... Eu amo Clarice! Me reconheço e me encontro em muitos de seus pensamentos.

No romantismo, a saudade, o amor impossível, a poesia de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo... A prosa de José de Alencar. Bom, eu ficaria aqui muito tempo falando dos meus ídolos...

Quais foram as dificuldades no processo de escrita desse livro?

Um dos problemas foi a minha forma de escrita: um jeito todo meu que a princípio não foi aceito ou entendido, sei lá... Tive que mudar muita coisa: aceitar, reavaliar, aprender, e é isso que nos faz crescer como pessoa, já aprendi muito durante esse processo. Algumas coisas doeram bastante, mas me fizeram ficar mais forte e não desistir. Hoje me sinto mais forte... Mais madura profissionalmente.

Quais foram as dificuldades encontradas na procura por uma editora?

Na verdade eu não tive muitas dificuldades (risos). As editoras grandes nem se deram ao trabalho de me responder, simplesmente ignoraram meus e-mails. Mandei para a Modo Editora sem esperança e para minha total surpresa recebi um e-mail com um sim e foi maravilhoso! Eu ria e chorava ao mesmo tempo... Foi incrível! Eu nem acreditava.

Como está a preparação para o lançamento?

Está uma correria por conta dos gastos que são muitos e encontramos pouco ou nenhum apoio. Não é fácil quando estamos começando. É um custo convencer as pessoas que vai dar certo, que é possível sim, mesmo não tendo recursos financeiros que no fim das contas é um dos fatores que mais conta.

Fale um pouco sobre “Marcas Indeléveis”

Marcas Indeléveis não é só um romance, é também um alerta para pais e professores no sentido de quão grande podem ser os danos causados a uma criança a situação de abandono afetivo e material. Trata da vida como ela é. Algumas pessoas tem falado: “Nossa! É um drama, só sofrimento...!” Sim, é vida real de milhões de mulheres que estão sendo violentadas, feridas em sua dignidade, morrendo todo dia um pouquinho. As marcas que ficam na alma não cicatrizam. Sou professora de Educação Infantil em uma escola pública e sinto na pele dia a dia essa realidade dura e fria. Fico possessa quando vejo comentários do tipo: ”Ai, não é meu tipo de livro! Não gosto de tanto sofrimento!” Mas a pergunta é: o que você está fazendo para amenizar o sofrimento de alguém? Pois bem, eu estou. E esta é minha forma de lutar. Não está sendo fácil, mas também não desisto fácil. Embora chore e isto tem sido uma constante e às vezes jure largar tudo e não escrever nem mais uma linha... Não consigo! Escrever e defender essa causa são minha vida.

Como foi a reação de sua família e amigos ao saber que você está lançando um livro?

(Risos) A ficha ainda não caiu! Muitos ainda estão aguardando o lançamento. Sabe, tipo ver pra crer? Pois é! Alguns amigos me deram muita força desde o início, outros riram na minha cara. Bom as reações foram as mais diversas...

Como você vê o mercado literário no Brasil para novos autores e o trabalho dos blogueiros nessa divulgação?

Está se desenhando um cenário mais favorável. Estão surgindo boas oportunidades; os autores estão se apoiando. Uma prova disso é o CNA: e a turnê literária promovida por Adriana Brazil que reuniu vários autores, num evento muito bacana. E os blog’s são fundamentais nesse processo de divulgação, ajudam muito. Salvo um ou outro que as vezes acaba por formar uma opinião desfavorável ao autor e sua obra. Claro que gostar ou não de um livro é um direito que cada um tem o que precisa é o respeito e como expressar sua opinião sem ferir o outro ou desmerecer seu trabalho, pois é uma estória, um livro, ele toca a cada um de uma forma, o que pode ser considerado ruim para um, pode ser bom para outro. Acho que quando uma pessoa se propõe a gerenciar um blog literário, ela tem que ter a responsabilidade de ler todos os livros e ao comentar, esquecer aquela bendita frase: “Não é meu tipo de livro, mas...”, Tá! Não é o seu tipo, legal...! E isso te dá o direito de despejar o que te vem a cabeça? É o sonho de alguém... Analise o que livro tem de bom ou ruim, mas de forma respeitosa. O grande lance não é o que dizer, mas como dizer. Tenho encontrado muita gente boa que se disponibiliza com carinho, respeito e ajuda muito na divulgação.

Quais são suas pretensões para o futuro? Já há planos para outros livros?

Meu maior projeto é a continuação da construção de um Centro para Atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica e crianças com dificuldade de aprendizagem.

Estou escrevendo “Psicopatia o inimigo pode estar ao seu lado” que já está na Bookess; tenho pronto “Amor Além da Vida” que é um romance sobrenatural; tenho também “O vale do Rio Proibido”, literatura fantástica em andamento; e “Amor Selvagem”. São alguns dos projetos aguardando oportunidade.

Deixe um recado para outros jovens que estão escrevendo ou pensam em escrever um livro.

Antes de enviar seus originais, invista em uma revisão profissional. Isso é caro, mas imprescindível. Aprendi da pior forma... É assim: quando você está criando uma estória, você se envolve com o enredo, com os personagens e acontecimentos de uma forma irracional até, as ideias vem e você registra numa profusão louca. E nem sempre você atenta para detalhes que outra pessoa, ao ler, percebe, e até procura teus “erros”.

Haja vista que o português é uma das línguas mais difíceis principalmente porque escrevemos uma língua que não falamos. Os vícios de linguagem atrapalham muito no ato da escrita e a regionalidade também influi bastante.

Ter uma organização com arquivos no PC é importantíssimo. Eu tive um problemão nesse sentido. Tinha muitos arquivos e ainda não sabia manipular muito bem algumas funções já aprendi muito (risos) e ao enviar para um site enviei um que estava bem “bagunçado”. Esse arquivo foi impresso e enviado pra resenha, o que por pouco não me causa dano maior. Outro detalhe é antes de enviar um original para análise, verificar se a sua estória se encaixa na linha editorial que a editora trabalha. Portanto, o cuidado com alguns detalhes nos custará menos noites mal dormidas e muitas lágrimas também.

Considerações finais

Obrigada pelo carinho, pelo convite e oportunidade de estar mais perto do leitor e assim me fazer conhecer um pouco mais. Estou feliz por ter este contato para estreitar tão importante laço. Muito obrigada, de coração mesmo!!

Espero que meu livro de alguma forma venha tocar nos corações que com ele tiverem contato.

Obrigada a todos os meus amigos e leitores um grande abraço. E a você mais uma vez obrigada pelo carinho.


10 comentários:

  1. Olá!!! Muito feliz pelo espaço.
    Obrigada por teu carinho e apoio.
    Abraços!

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  2. Muito boa a entrevista.. Já li o livro e achei maravilhoso..
    Venho acompanhando a autora e não vejo a hora de ler seu novo livro... ;)

    Lika
    www.fernandameireles.com

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  3. Muito bom conhecer mais dessa autora. Venho Acompanhando sua trajetória e é visível seu crescimento e amadurecimento.
    Parabéns pela linda entrevista!

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  4. Parabéns pela entrevista! Adorei! =D

    www.falandodelivros.com

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  5. Own... para mim e motivo de alegria ver que minha linda e querida amiga/escritora esteja realizando seu primeiro sonho de muitos que serão alcançados^^

    Apaixonada por Livros.

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  6. Sendo a bandeira de uma luta assim é claro que o seu livro vai repercutir, Ahtange! E tomara que a intenção dele seja alcançada :D
    É dos que já estão no alvo para a minha estante ainda esse ano \o/

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  7. Eu pude conferir o livro e há um tempo entrevistei e tenho contato com a autora. Gosto muito de seu modo de escrever, realista e o que me chamou bastante a atenção a respeito do que ela disse, são os leitores que se auto-intitulam "não gostar de sofrimento". Penso que muitos leitores estejam aderindo ao modismo da literatura fantástica como uma escapatória da realidade e preferem se alienar em um mundo de fantasia do que ler coisas reais, visto que as mesmas possam ser muito duras.
    A respeito da revisão profissional, eu também sou a favor, pois podemos passar diversas vezes pelo mesmo erro e não percebermos, enquanto outros o farão com facilidade. Creio que o único problema é escolher um bom revisor, que não queira alterar o estilo de escrita do autor e tirar sua identidade.
    Parabéns pela entrevista e parabéns a autora.

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  8. Gosto de saber que não é nada fácil publicar um livro. Estranho né mesmo? Mas se não fosse assim, haveria mais escritor que leitor. Adorei a entrevista e a entrevistada.
    Abraços,
    J.C.Hesse - Janela do Universo
    http://www.negativeuniverse.blogspot.com

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  9. Adorei a entrevista, Ahtange foi muito espontânea ! Eu li Marcas Indeléveis e recomendo!

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  10. Parabéns pela entrevista!
    Estou louca para ler este livro!
    Sucesso!!!

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